domingo, 20 de abril de 2014

Radicais em descomemoração aos 50 anos do golpe militar no Brasil

Os radicais Liv de Lara, Keviny Carmo, Tiago Xavier, Angélica Costa e Itagor Braga interpretaram o texto Ditadura nunca mais, uma composição de poemas clássicos de Drummond, Renato Russo, canções da Tropicália, e textos de autoria própria da produção de Vinicius Borba que também dirigiu a montagem. O resultado foi um espetáculo envolvente que reflete os impactos negativos da ditadura militar contra o povo brasileiro, entre os anos de 1964 e 1985.


 Do site do IFB
No último sábado, 12 de abril (2014), o Campus de São Sebastião realizou evento em repúdio aos 50 anos do Golpe Militar, o qual contou com a presença marcante do jornalista, escritor e membro da Comissão Nacional da Verdade, Pinheiro Salles, que participou da luta armada contra o regime militar, foi preso político entre os anos de 1970 a 1979 e submetido aos mais degradantes métodos de tortura.

O escritor emocionou a todos os presentes com seu depoimento, reafirmando seu compromisso de não se calar nunca. Lembrou todas as torturas e atrocidades cometidas no período ditatorial, afirmando que "em termos de violência física, de tortura, de desrespeito ao corpo, à alma, aos sentimentos de cada pessoa, não houve em nenhum outro país do mundo o que aconteceu aqui".

O evento contou também com a participação de Kelly Gonçalves, do Fórum Goiano de Mulheres, que interpretou canções de protesto que marcaram a luta contra a ditadura. A ativista feminista, que também compõe o Fórum Honestino Guimarães: Ditadura nunca mais, lembrou que a realidade do Brasil atual, marcada pela opressão, pela criminalização do pobre e do negro, pelos excessos da polícia, pelos preconceitos e pela violência contra a mulher, é herança dos 20 anos de repressão e da dívida do país com a Educação.

O reitor do IFB, Wilson Conciani, que prestigiou o evento, felicitou ao campus por sua preocupação constante em trazer a Educação para um patamar diferente por meio de discussões de temas de grande relevância para a formação humana dos discentes da instituição.

Arte que emociona
O grupo Radicais Livres S/A dramatizou um belo texto que reunia trechos de poesias e canções de protesto contra ditadura. “Foi um dos momentos que me fez chorar, o grupo trouxe textos de Drummond, refrãos de Chico Buarque, mesclando tudo em texto autêntico e belo, com uma representação emocionante”, afirmou Neiva Maria de Souza, que prestigiava o evento.

Os alunos e professores do Campus de São Sebastião também participaram com recitação de poesias e uma representação teatral, preparada especialmente para o Evento. Os alunos do curso de licenciatura em Letras Karina e Wesley fecharam o evento com a canção "Pra não dizer que não falei em Flores", que foi cantada com emoção por todos os presentes.

“O evento 50 Anos do Golpe de 1964: memórias de luta pela liberdade e pela democracia, de iniciativa das professoras Letícia Ribeiro e Nilzélia Oliveira, é o primeiro de um projeto de extensão do campus, que discutirá nosso papel no processo democrático, visando a formação cidadã, a qual perpassa não só os documentos basilares do IFB, como o PDI, mas também a LDB e até mesmo a Constituição Federal”, afirmou o professor Fabrício Ademar Fernandes, diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão da unidade.

A professora Letícia Érica Gonçalves Ribeiro afirmou que a colaboração dos professores e alunos, principalmente das professoras Ana Cláudia Vilarinho e Blenda Cavalcante de Oliveira e dos alunos do Curso de Secretariado, na organização do evento, foi fundamental para a sua realização. Ainda segundo a professora, "a participação expressiva da comunidade IFB e da comunidade geral no evento reforça a importância desse tipo de atividade, além de nos animar a continuar acreditando e lutando por uma educação ampla e libertadora."

O evento aconteceu no auditório do CED São Francisco (Chicão), o que tem sido um importante parceiro do IFB em diferentes projetos e programas como o PRONATEC.

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